“Uno no actúa un Clown, uno lo es”.
(Jacques Lecoq)
(Jacques Lecoq)
Observe-se... suas ações, suas reações, sua maneira de ser, de caminhar, de ver o mundo, de expressar-se. E exagere a si mesmo.
A busca do clown é a busca do próprio ridículo.
Expressar-se sendo você mesmo, sendo natural, é fantástico. Porém, tem que manter a naturalidade mesmo em um estado de energia alta. Se o fizer com uma energia comum, poderia estar comprando no mercado... Qual é a graça? Não será diferente, porém maior que a imagem que tem de si mesmo. Ser clown é surpreender a atenção das pessoas... e roubar-lhes o coração.
Expressar-se sendo você mesmo, sendo natural, é fantástico. Porém, tem que manter a naturalidade mesmo em um estado de energia alta. Se o fizer com uma energia comum, poderia estar comprando no mercado... Qual é a graça? Não será diferente, porém maior que a imagem que tem de si mesmo. Ser clown é surpreender a atenção das pessoas... e roubar-lhes o coração.
Converta suas debilidades pessoais em FORÇA TEATRAL.
Ser clown é a máxima liberdade, a liberdade de arriscar-se...
Ser clown é a máxima liberdade, a liberdade de arriscar-se...
Não se defenda.
Se um clown baixa as calças de outro, este não o impedirá, observará como lhe baixam as calças com ingenuidade, até que se dê conta de que está em evidência diante do público. Logo pode vingar-se, porém não se defende, deixa que as coisas aconteçam.
Se um clown baixa as calças de outro, este não o impedirá, observará como lhe baixam as calças com ingenuidade, até que se dê conta de que está em evidência diante do público. Logo pode vingar-se, porém não se defende, deixa que as coisas aconteçam.
Encontre prazer em tudo o que faz.
Se você não desfruta, ninguém o fará. Não se pode comunicar prazer a menos que o sinta. O clown joga alto pois nada tem a perder, e portanto é... LIVRE!!! É este o prazer com o qual o público se conecta. Se está incomodado, distraído ou aborrecido em cena, o público nota e se afasta de você.
Se você não desfruta, ninguém o fará. Não se pode comunicar prazer a menos que o sinta. O clown joga alto pois nada tem a perder, e portanto é... LIVRE!!! É este o prazer com o qual o público se conecta. Se está incomodado, distraído ou aborrecido em cena, o público nota e se afasta de você.
Observe o público.
O público é o espetáculo que diverte e emociona o palhaço. O palhaço não age, reage às ações e às emoções do público. A inspiração, o roteiro, o texto, o momento de encerrar, tudo vem do público.
O público é o espetáculo que diverte e emociona o palhaço. O palhaço não age, reage às ações e às emoções do público. A inspiração, o roteiro, o texto, o momento de encerrar, tudo vem do público.
O CLOWN É...
- Ingênuo, tolo. Porém não infantil!
- Entusiasta. Emociona-se com qualquer coisa que lhe proponham e está sempre entusiasmado de ter um público com quem compartilhar.
- Inocente e vulnerável. Permite-se fazer qualquer coisa porque é inocente e não espera que lhe façam algo mau. Não se defende (porém depois pode vingar-se). Mostra-nos sua vulnerabilidade e é isto que o torna mais humano ou que mais nos toca.
- Torpe e estúpido. Sempre se equivoca ou mete os pés pelas mãos. Faz as coisas ao contrário, por exemplo, se há um piano e a cadeira está longe, não moverá a cadeira até o piano, moverá o piano até a cadeira.
- Curioso como uma criança ante tudo o que lhe acontece ou encontra.
- Sonhador e realista ao mesmo tempo.
- Claro em tudo o que faz. Até a última pessoa da sala, ou a mais estúpida, há de entender sua intenção e seus atos.
- Honesto. Crê no que faz. Está nu ante o público, mostrando-se tal como é.
- Seja você mesmo o mais profundamente possível e ganharás o coração do público.
O CLOWN ESTARÁ...
- Relaxado e confortável em cena.
- Em comunicação com o público. Ouvindo.
- Atento ao que ocorre ao seu redor, aproveitando qualquer coisa imprevista que aconteça para incorporá-la ao seu mundo.
- Disponível.
O CLOWN...
- Quer ser amado.
- Quer ser como os demais (como um menino que quer ser adulto).
- Entra em contato direto e imediato com o público e seu jogo é influenciado por estas reações.
- Olha e vê o público. Compartilha com o público... tudo o que faz, tudo o que lhe acontece.
- Escuta a risada (ou sua ausência).
- Expressa suas emoções ao máximo (e pode passar de uma a outra em um instante).
- Tem emoção e/ou intenção em tudo o que faz.
- É mais visual que textual.
- VIVE NO FRACASSO
— fracasso da pretensão: o clown realiza um número lamentável que ele crê genial. Anuncia a proeza do século e é apenas uma pirueta ou um malabarismo de três bolas. O público rirá dele.
— fracasso acidental: o clown não consegue fazer o que quer (um equilíbrio que não se consegue, um tombo depois de um simples salto, etc).
- Reconhece seus fracassos. Quando um clown fracassa, quer dizer... faz algo e não provoca risos (quando é isto o que pretendia), em geral conseguirá uma risada se reconhecer seu fracasso. A forma de reconhecer este fracasso variará em função do clown.
- Aproveita seus êxitos. Se faz algo que funciona (provoca risos), é um ás na manga que pode utilizar em outro momento em que algo não funcione para conseguir novamente uma risada. Pensa simples. Atua com o coração e não com a cabeça. Em realidade não pensa, faz! É!
- Leva as coisas ao extremo. Qualquer coisa pode ser levada até extremos inverossímeis. E é nestes extremos onde quase com toda certeza conseguirá fazer rir ao público.
- Tem problemas, porque é estúpido, torpe e ainda tem uma boca grande. Não busca problemas, encontra-os. Dirá que sim a qualquer coisa para permanecer em cena, ainda que provavelmente vá se meter em confusão. Por exemplo, se lhe perguntam se fala russo, dirá — “claro, fui professor de russo durante 25 anos”, e na realidade não tem nem idéia. Então lhe dão um texto para que traduza. E já se meteu em um problema.
- Pode levar séculos para fazer algo (ou inclusive não chegar a fazê-lo nunca), porque se distrai com qualquer coisa, por mais insignificante que seja.
- Chega ao palco com energia de ganhador, mesmo que seu personagem seja um perdedor (em tal caso, sairá com a energia do maior perdedor da história).
- Em geral, tem um tempo mais lento que o de uma pessoa normal. Quer dizer... ao clown acontece algo que o coloca em evidência diante do público, como exemplo, chega com uma maleta que se abre e cai tudo que estava dentro. Uma pessoa normal reagiria imediatamente, recolhendo tudo e tratando de passar despercebido, o clown não. Ou seja, a maleta se abre e cai tudo o que há em seu interior: olha tudo no chão, (pausa 1... 2... 3... para assimilar o que aconteceu), olha o público (pausa 1... 2... 3... para mostrar sua vulnerabilidade, quer dizer... para que o público veja que se sente em evidência — “puxa vida, caiu tudo e ainda por cima me viram”), recolhe tudo e volta a olhar para o público (pausa 1... 2... 3... como quem diz — “aqui nada aconteceu”). Essa pausa (esse tempo 1... 2... 3...) é o tempo que o clown necessita para assimilar o que lhe aconteceu e para mostrar ao público como se sente, e é também o tempo que o público necessita para “ler” o que está acontecendo ao clown.
Arrisca-se. Se algo não funciona, quer dizer, não faz o público rir, levará até o extremo o que faz ou buscará novas vias de fazer ou dizer o mesmo, ou fará algo totalmente diferente.
Resumindo...
- Não atue, seja real. Quanto mais natural for, quanto mais honesto, mais perto estará de seu clown. Porém, lembre-se... energia alta!!!
- Olhe e veja o público, escute-o e compartilhe tudo com ele.
- Seja ingênuo e estúpido, porém não infantil.
- Mostre tua vulnerabilidade.
- Tenha sempre uma emoção e/ou uma intenção. E não ilustre as emoções, expresse-as com seu olhar, com seu corpo!
- Reconheça seus fracassos e aproveite seus êxitos.
- Faça rir com o que você é, com o modo como faz as coisas. É mais importante o como que o quê. Quer dizer... é mais interessante conseguir o riso com pelo modo como faz algo que com o que faz em si mesmo (bom... também, mas o primeiro é mais importante).
- Não busque o riso, encontre-o.